quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O Dia Em Que A Fé E A Esperança Se Acabaram


Já são 4 da manhã e eu não consigo pegar no sono

Aquela estranha sensação, um mal pressentimento invade minha alma e me tira a paz

Daqui à poucas horas serei posto à prova

Os segundos parecem intermináveis, as horas parecem não ter mais fim

Não sei se estou pronto, forte e preparado o bastante para o que está reservado à mim

Preparado ou não, a hora é agora

A vida jamais poupou ou teve piedade daquele que se apavora

Eis um lindo pôr do sol

Atento observo e contemplo sua beleza

Pois talvez eu jamais voltarei a vê-lo com a mesma pureza

Em fim a escuridão chega

Sombria e imponente

Até mesmo a lua e as estrelas se esconderam

Pois esta vêm trazendo a fúria para uma alma vivente

O chão se abriu, no abismo eu caí

Ao abrir minhas asas me dou conta de que talvez eu nunca as tive


Mergulhado em lágrimas, tão só nesta fria escuridão

Viajei nos pensamentos mais distantes procurando avistá-la

Em um universo tão obscuro, buscando as palavras mais profundas

As quais pudessem tocar um coração, palavras que pudessem tocá-la

A aflição então rima com desespero

E a angústia com o meu pior pesadelo

Surrado e banido pelo meu lindo paraíso

Continuo lutando com todas as forças pelo que eu tanto preciso

Tão tarde, tão inútil, tão distante

Onde a Fé e a Esperança "me disseram" que voltariam logo

No limite da derrota, me vejo caído neste instante

Pobre coração, pobre sentimento

Tão surreais, tão vazios, tão incompletos e tardios

Pobre oração, pobre lamento...

Entre as lágrimas salgadas que estou à degustar

No fundo do precipício onde fui parar

Observando o vento e o nada, o tempo e seu poder

Após uma longa e cansativa busca eu pude perceber

Que as palavras tão profundas, belas e comoventes que eu buscava encontrar

Sempre estiveram presentes nas coisas mais simples que se possam achar

Seu brilho é tão ofuscante quanto a prata e mais valioso do que o ouro

No berço onde dorme um pequenino, eis o guardião de um tesouro

Então percebo que as palavras mais profundas na verdade sempre foram as mais simples

Continuei a observar o pequeno naquela doce visão


 Ao abrir os olhos pela primeira vez, avista sua amada mãe, aquela que o fez

E as palavras tão profundas, simples, tenebrosas e carinhosas que jamais vou esquecer

No silêncio do seu olhar pude ouvi-lo dizer:

- Você é tudo pra mim!

E eis aqui o que tento descrever ao olhar nos teus olhos

E é assim que a vejo, até o fim

Abalado e abatido é somente o seu nome que clamo

Aguardando uma nova chance para cuidar daquela que tanto amo.


1 comentários:

Evie disse...

olha o Dany, me surpreendendo sempre... cara vc escreve mt bem (:

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